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A imagem mostra um dedo humano pressionando uma tecla verde destacada em um teclado de computador cinza. A tecla verde tem o texto
WCAG Web Content Accessibility Guidelines (Foto: momius / Adobe Stock)

Navegando pela inclusão: uma jornada através da WCAG

Em um mundo cada vez mais digital, a acessibilidade na web não é apenas uma cortesia; é uma necessidade. A Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) ou Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web em português, emerge como um farol de esperança, garantindo que o vasto oceano da internet seja navegável para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades. Neste post, vamos explorar porque é tão importante saber o que é a WCAG.

A gênese da acessibilidade digital: história da WCAG

A jornada da WCAG começou no final dos anos 90 com a World Wide Web Consortium (W3C) — uma comunidade internacional dedicada a desenvolver padrões abertos para promover o crescimento sustentável da Web. Eles abraçaram a visão de que a internet e as informações devem ser acessíveis a todos.

Iluminando o caminho: missão e motivação

A missão da WCAG é criar um padrão universal para a acessibilidade do conteúdo web, garantindo que todas as pessoas tenham acesso efetivo à web. Essa missão nasce da crença de que a informação e a interação na web são direitos humanos fundamentais. Num mundo onde a internet é peça chave em educação, trabalho, comércio e mais, assegurar a acessibilidade é crucial para promover inclusão social e igualdade de oportunidades.

Evolução através das versões: o crescimento da WCAG

Desde seu lançamento, a WCAG se desenvolveu de forma significativa. Desde a WCAG 1.0 em 1999, passando pela WCAG 2.0 em 2008, até a recente WCAG 2.2 em 2023, cada versão trouxe avanços e atualizações para refletir as novas tecnologias e as necessidades dos usuários de internet. A meta é continuar evoluindo, abraçando a diversidade e maximizando a acessibilidade.

WCAG 1.0 (1999)

Esta versão inaugural estabeleceu 14 diretrizes abrangendo aspectos como o uso de texto alternativo, tabelas, cores, multimídia, scripts, links, entre outros. Cada diretriz tinha três níveis de conformidade: A (obrigatório), AA (recomendado) e AAA (opcional), sendo amplamente adotada e influenciou outras iniciativas de acessibilidade web, como a Seção 508 nos Estados Unido.

Essa versão tinha algumas limitações, como a falta de testabilidade, a dependência de tecnologias específicas e a dificuldade de aplicação em conteúdos dinâmicos e interativos.

WCAG 2.0 (2008)

Apresentando 12 diretrizes focadas em possibilidades tecnológicas flexíveis e testáveis, baseadas em quatro princípios fundamentais:

  • Perceptível: O conteúdo web deve ser apresentado de forma que possa ser percebido pelos sentidos dos usuários, como visão, audição ou tato.
  • Operável: O conteúdo web deve ser navegável e interativo por meio de diferentes dispositivos de entrada, como teclado, mouse, voz ou gestos.
  • Compreensível: O conteúdo web deve ser claro e compreensível para os usuários, usando linguagem simples, feedback adequado e ajuda contextual.
  • Robusto: O conteúdo web deve ser compatível e adaptável com diferentes tecnologias assistivas, como leitores de tela, ampliadores ou dispositivos braille.

A WCAG 2.0 se tornou um padrão ISO em 2012, reconhecendo sua importância e influência global e serviu de base para as versões posteriores das WCAG, que adicionaram novos critérios de sucesso para abranger as necessidades emergentes dos usuários e as inovações tecnológicas.

WCAG 2.1 (2018)

Ampliando a versão anterior, a WCAG 2.1 adicionou 17 novos critérios para abordar desafios de acessibilidade móvel, pessoas com deficiências visuais de baixa visão e com deficiências cognitivas e de aprendizagem. Os novos critérios foram:

  • A: 2.1.4 atalhos de teclado; 2.5.1 gestos de acionamento; 2.5.2 cancelamento de acionamento; 2.5.3 rótulo no nome acessível; 2.5.4 detecção de movimento.
  • AA: 1.3.4 orientação; 1.3.5 identificar o propósito da entrada; 1.4.10 refluxo; 1.4.11 contraste não-textual; 1.4.12 espaçamento do texto; 1.4.13 Conteúdo na Pausa ou Parada; 4.1.3 mensagens de status.
  • AAA (triplo A): 1.3.6 identificar o propósito; 2.2.6 limite de tempo; 2.3.3 animação por interações; 2.5.5 tamanho da área acionável; 2.5.6 mecanismos de entrada simultâneos;

WCAG 2.2 (2023)

Reafirma seu compromisso com uma web universalmente acessível, a WCAG lançada ano passado, introduziu critérios de sucesso focados em aprimorar a experiência de usuários. Embora a versão 2.2 mantenha o núcleo das versões anteriores, ela destaca ao focar nos desafios relacionados ao acesso e interação com conteúdo web dinâmicos, multimídia e de navegação.

Essas novas versões da WCAG trazem a importância de se adaptar às tecnologias e as necessidades dos usuários, assegurando que a web continue a ser um espaço inclusivo e acessível.

Alguns principais pontos da WCAG

  • Alternativas textuais para conteúdos não textuais: para garantir a acessibilidade, imagens e outros tipos de conteúdo não textual devem possuir alternativas textuais que expliquem claramente seu conteúdo e propósito.
  • Estrutura organizada e consistente do conteúdo: o conteúdo na web deve ser apresentado de maneira organizada e consistente, empregando o uso de títulos, listas e outras estratégias estruturais para facilitar a navegação do usuário.
  • Mecanismos de navegação claros e acessíveis: é essencial que o conteúdo web disponibilize mecanismos de navegação compreensíveis e fáceis de operar, como menus, trilhas de navegação (breadcrumbs) e links internos.
  • Compatibilidade com tecnologias assistivas: o conteúdo disponibilizado na web deve ser compatível com tecnologias assistivas, a exemplo de leitores de tela e softwares de reconhecimento de voz, para promover uma experiência acessível a todos os usuários.
  • Legibilidade e compreensão do conteúdo: o conteúdo web deve ser formulado para ser facilmente legível e compreensível, utilizando cores de alto contraste, fontes de fácil leitura e tamanhos de texto apropriados.
  • Mecanismos de entrada alternativos: deve-se oferecer aos usuários mecanismos de entrada alternativos, como o uso do teclado e comandos de voz, permitindo interações diversas com o conteúdo web.

Celebração da inclusão: maiores conquistas

A maior conquista da WCAG é, sem dúvida, sua adoção generalizada como o padrão para a acessibilidade na web. Governos de todo o mundo adotaram a WCAG como parte de suas legislações de acessibilidade, garantindo que serviços digitais públicos sejam acessíveis a todos os cidadãos, como o decreto nº 5.296 - 02/12/2004 em nosso país e diretiva (UE) 2016/2102, Parlamento Europeu e do Conselho, de 26/10/2016 da União Europeia. Além disso, a WCAG inspirou organizações e empresas a priorizar a acessibilidade, reconhecendo que um design inclusivo não apenas beneficia pessoas com deficiências, mas também melhora a experiência do usuário para todos.

A WCAG não é apenas um conjunto de diretrizes; é um movimento em direção a um futuro mais inclusivo e acessível. À medida que continuamos a avançar na era digital, a importância da WCAG só aumenta. Encorajamos desenvolvedores, designers a abraçar essas diretrizes, construindo uma web que acolha todos, independentemente das habilidades.

Juntos, podemos navegar por uma internet onde a inclusão não é uma reflexão tardia, mas sim o alicerce sobre o qual construímos nosso mundo digital. Vamos continuar a jornada, garantindo que cada atualização, cada inovação, traga-nos mais perto de uma web verdadeiramente acessível para todos.

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Foto de homem branco de cabelo curto e castanho. Ele está usando óculos e vestindo camiseta preta escrito Minimalism.

EPISÓDIO  — 3

01:41:21

Design é Acessibilidade e Acessibilidade é Design?

Neste episódio iremos conversar como tornar o design um ponto estratégico, além de explorar os benefícios para as pessoas e como a acessibilidade pode auxiliar no processo de inovação digital
Acesse os links e a transcrição do episódio

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